Escola Municipal de Educação Infantil "PROFª IVONNE DOS SANTOS DIAS" Bragança Paulista - SP

sábado, 28 de março de 2009

Atividades artísticas na educação infantil: Porque ir além dos esteriótipos?

Por ser um assunto muito discutido por nossa equipe, e por estarmos à véspera de uma data muito trabalhada na rotina escolar, resolvemos abrir este espaço para a exploração e reflexão deste tema que gera muitas polêmicas. Escolhemos e postamos um artigo que poderá dar suporte a esta reflexão. Leia e compartilhe conosco sua opinião a esse respeito.

Equipe da Ivonne





Qual a importancia de trabalharmos as Datas Comemorativas?

"A vontade de escrever esse artigo vem de presenciar as dúvidas cotidianas dos professores de Educação Infantil, com os quais tenho trabalhado, sobre as atividades artísticas na escola, seu papel, seus encaminhamentos, sua pertinência. Todas elas estão quase sempre ligadas ao que “pode e não pode”, ao que “deve e não deve” ser feito, dentro de uma proposta que prioriza a construção do conhecimento na criança. Sim, porque se essa não for a proposta da escola tudo fica bem mais facilitado. As prateleiras das livrarias e bibliotecas estão cheias de livros com receitas de atividades absolutamente descompromissadas com um pensamento artístico-educacional construtivista.


Infelizmente, o que ainda hoje se faz, na maioria das escolas, são atividades artísticas que não passam de um arremedo empobrecido e vazio, proposta ultrapassada e excluída do pensamento artístico-educacional da contemporaneidade por não representar as possibilidades de profunda e consistente transformação por meio do fazer artístico.

Muito já foi dito sobre a possibilidade de as manifestações artísticas iniciadas nos primeiros anos de vida serem significativas na formação de indivíduos socialmente adaptados e felizes. Porém, que tipos de manifestações o professor pode promover que tenham um efetivo papel nessa formação? Colorir “dentro” de desenhos prontos - feitos pelos próprios professores ou retirados de livros e revistas - colar algodão ou macarrão em folhas de papel colorido, carimbar as mãozinhas em cartolinas para fabricar cartões para os pais?

Não há receitas de como promover atividades significativas. É a formação e sensibilidade do professor que está na base de todas as questões, uma formação que ultrapassa o universo dos livros e das palestras e invade as esferas sociais e familiares.



Acredito que um dos vazios preocupantes nessa formação é o da constituição de um olhar mais crítico e atento sobre as imposições de nossa sociedade de consumo, bem como uma excessiva benevolência para com a mesma. Uma visita às escolas nas proximidades de datas comemorativas, sejam elas religiosas ou sociais, faz saltar aos olhos - e aos ouvidos muitas vezes - os problemas dessa complacência com a cultura do consumismo.



Pensemos na Páscoa, já que ela está por perto. Os coelhos invadem os ateliês e as salas de aula com uma potência indescritível. Proliferam-se em número absurdo e impensável. São máscaras, fantasias, cartões, cartazes, músicas e jogos, desenhos, colagens, pinturas, histórias e brincadeiras... Todas com o coelho. Ou melhor dizendo: com o estereótipo de um coelho. Aquele de olhos vermelhos e pêlo branquinho, de nariz cor-de-rosa e dois dentes enormes pendurados no focinho. Um coelho e seus ovos, por mais esdrúxulo que isso possa parecer. E, se os significados dessa festa e de seus símbolos, em geral, não são conhecidos nem pelos professores, nem pela direção das escolas, muito menos o são pelas crianças, que se vêem envolvidas nesse mar de comemorações e, logicamente, apenas dançam conforme a música.

Não estou aqui sugerindo que as escolas neguem-se a comemorações de qualquer espécie e passem a fazer panfletagem contra a sociedade de consumo. Apenas acredito que o desenvolvimento de um olhar crítico sobre as datas comemorativas, por exemplo, possa ser de grande valia na constituição do pensamento e das ações dessas crianças que hoje são incitadas a comer, cantar e produzir coelhos apenas porque o ato de comprar e revender mercadorias tem um poder tão absoluto em nosso meio social. As comemorações podem ser feitas, sim, pelas escolas e demais instituições, mas não precisam ser apenas e unicamente reflexos desse consumo exacerbado, que vem se intensificando ano após ano.Nos dias que antecedem a Páscoa, é difícil distinguir se estamos numa escola ou num supermercado. O problema do coelho e dos ovos proliferando-se nas atividades artísticas das crianças é a velha e boa questão: PARA QUÊ?

Se o interesse é promover a união e a confraternização entre os alunos e professores, por exemplo – um dos sentidos da Páscoa é a comunhão coletiva - porque não pensar em fazê-lo buscando outras referências distantes das que o comércio nos dá à exaustão?

Certamente existem diversas maneiras de rompermos com os empobrecidos estereótipos dos quais se revestem as datas comemorativas e fazermos delas um momento significativo para nossas crianças, tão terrivelmente bombardeadas por ideais consumistas. A escola tem papel fundamental nessa construção, porém é preciso aguçar os ouvidos e os olhares, atentar os sentidos todos e cutucar as idéias para que a imaginação dê conta de tarefa tão valorosa.

Podemos pensar na idéia mesma de “comemorar” - trazer à memória, fazer recordar - e criar, por exemplo, um calendário inventado pela classe ou por toda a escola. Que tal comemorar o Dia do Desenho Maluco, o Dia de Contar Histórias, o Dia do Medo, o Dia de Lembrar Sonhos, ou qualquer outra questão que seja significativa para as crianças e/ ou para os professores? Não faz mal nenhum para as crianças se repetirmos na escola as atividades promovidas pelos shoppings centers, mas... Qual o resultado disso? Essas atividades colaboram de que maneira na construção de seu mundo cognitivo e emocional?

Costumo dizer que as crianças pequenas estão apenas "engolindo" o mundo por todos os poros e buracos que podem usar para tal. Essas crianças vão se expressar plasticamente de maneira rica e diferenciada, quanto mais materiais e incentivos tiverem à disposição, mas o que vai haver de diferente no trabalho de cada uma, se todas ganharem um mesmo contorno de coelho para ser colorido? Ou todas pintarem individualmente uma mesma árvore de natal?

Então, uma boa lembrança é sempre perguntarmos o porquê e o como de cada atividade, antes de passá-las aos nossos alunos, pois o grande perigo é nos transformarmos também em simples comerciantes ou mercadores, senão de ovos de chocolate, de idéias."

-Ana Teixeira- Arte Educadora

http://www.anateixeira.com/edu/projetos.htm

terça-feira, 24 de março de 2009

O QUE É INTEGRAÇÃO SENSORIAL

O cérebro recebe constantemente grandes quantidades de informação através dos sentidos. É através deles que a criança, conforme aprende a se mover, equilibrar-se e relacionar-se com os objetos e pessoas ao seu redor, aprende sobre o mundo em que vive. O cérebro organiza toda a informação recebida para possibilitar uma resposta. Essa organização que o cérebro dá à informação sensorial é chamada de integração sensorial. Ela permite que dirijamos nossa atenção para produzir comportamento útil e adaptativo e para que nos sintamos bem sobre nós mesmos.
No início da vida o cérebro desenvolve a organização que será a estrutura para comportamento e aprendizagem posteriores. Nesses primeiros anos, os movimentos espontâneos, as brincadeiras que envolvem o corpo todo, são muito eficazes em desenvolver o sistema nervoso.

O cérebro humano frequentemente tem sido comparado a um computador. Ele depende da informação que recebe do ambiente através dos sistemas sensoriais. Depende de informação visual, auditiva , tátil, olfativa e gustativa. Além disso, precisa também de informação sobre gravidade e movimento. O cérebro reúne todas essas sensações e as organiza para um plano de ação. Distúrbio na recepção e organização das informações sensoriais recebidas sobre o mundo vai afetar o desempenho nas demais áreas. Quando a criança não recebe informações sensoriais importantes de forma clara e concisa, pode não estar recebendo o “alimento” que o cérebro precisa para o processo de aprendizagem. Assim, vemos crianças muito inteligentes, que não produzem de acordo com o potencial intelectual que possuem. Podemos então suspeitar que exista uma dificuldade no processamento sensorial


ALGUNS SINAIS DE PROBLEMAS NA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

1. Falta de força e tônus muscular, o que pode resultar em má postura e fadiga
2. Má consciência espacial e desenvolvimento pobre da percepção de posição, resultando em insegurança durante os movimentos.
3. Falta de coordenação entre os dois lados do corpo. A criança pode ficar desajeitada e confusa quando as duas mãos precisam trabalhar em conjunto, como para atividades de cortar ou escrever.
4. Falta de coordenação entre os olhos e o corpo, de modo que há uso ineficaz de informação visual para auxiliar no desempenho de ações.
5. Atenção de curta duração. A criança geralmente tem dificuldade em focaliza nas tarefas que precisa fazer.
6. Lentidão ao desempenhar ou aprender tarefas motoras novas, uma vez que precisa pensar sobre cada movimento que faz. Desajeitada, bate-se nas coisas ou cai muito parecendo não ver os obstáculos no caminho.
7. Comportamento hiperativo; a dificuldade em concentração faz com que perceba todas as coisas ao mesmo tempo e não consiga se concentrar em uma só.
8. Sentido tátil mal desenvolvido, fazendo com que não goste de ser tocada, tenha dificuldade em aprender sobre a forma e textura das coisas. Por outro lado, pode não perceber seu espaço pessoal e tocar demais as pessoas, chegar perto demais.
9. Criança extremamente difícil para se alimentar: só come comidas com um certo tipo de textura, ou na mesma temperatura.
10. Apresenta medo excessivo, isola-se
11. Dificuldade em graduar a força que precisa para manipular objetos ou tocar as pessoas.
12. Problemas em usar e entender linguagem, resultando em problemas na fala, leitura e escrita. Problemas na articulação da fala sem razão aparente
Essas dificuldades tendem a aparecer tanto no lazer quanto no trabalho. Podem não se relacionar bem com os companheiros ou ter de fazer tanto esforço que não se divertem. Nem todos esses sinais precisam estar presentes e geralmente não estão presentes ao mesmo tempo. A intensidade com que aparecem e o número deles que a criança apresenta vão determinar o quanto interferem em sua habilidade de aprender.

O QUE PODE SER FEITO

O brincar é a melhor forma de desenvolver a integração sensorial. Desde pequena a criança naturalmente procura as atividades que promovem uma boa integração da informação recebida através dos sentidos. Ao se movimentar, aprende sobre os limites do seu corpo dentro do espaço que a rodeia. Ao manipular objetos, aprende sobre seu peso, textura, força que precisa para segurá-los. Toda essa informação é recebida para o cérebro, organizada e armazenada, possibilitando que a criança aprenda cada vez mais sobre o mundo em que vive.
O mundo moderno, a vida nas grandes cidades, eliminou uma grande parte do brincar que propicia esse aprendizado natural através das brincadeiras motoras e sensoriais. Cada vez mais a criança está confinada em um espaço, sem oportunidade para as explorações que seu cérebro precisa para se desenvolver. Defrontamo-nos então com uma criança que não sabe canalizar sua energia, organizar seu espaço e se torna mais ativa do que o desejável. Existe uma certa dificuldade em atingir o nível de alerta que o cérebro precisa para realmente se beneficiar do processo educativo.

Como professores e pais podemos dar oportunidades enriquecidas para que nossas crianças brinquem de forma a desenvolver melhor a integração sensorial e aprender melhor.

Como trabalhar os sentidos da criança


Sabemos da importância das Explorações Sensoriais no desenvolvimento infantil, e muitas vezes, nós educadores nos sentimos desorientados diante da necessidade de planejarmos situações onde deverá ser trabalhado estes aspectos, deste modo, colocamos aquí algumas dicas para nos auxiliar em nossos planejamentos:


Como trabalhar os sentidos da criança?
A criança adquire noções concretas e exatas do mundo que a rodeia por meio de exercícios sensoriais.


exploração tatil com sagú.

Os jogos educativos destinados a exercitar os sentidos constituem um valioso auxiliar.
Nada melhor para exercitar os sentidos do que por a criança em contato direto com a natureza, fazendo-a observar as árvores, flôres, pássaros, explorando das mais diversas maneiras o mundo que a cerca.

observação do meio

TATO



É útil o exercício que tem a finalidade de obter uma maior destreza e agilidade das mãos. Entre dois e cinco anos é um período de desenvolvimento muito importante da vida humana.
Nesta idade a criança não só vê, escuta, como tem a necessidade de apalpar.


Para a criança não basta que lhe diga onde se encontra um determinado objeto, ela necessita vê-lo, apalpá-lo para tomar conhecimento de sua existência.
Para exercitar o sentido do tato nada melhor que a prática de modelagem, do rasgar (para os menores) e do recorte.
Abotoar, amarrar, raspar, puxar, bordar, tecer, trançar, molhar, amassar, enfiar contas são excelentes exercícios.



Não se deve nunca fazer por uma criança, o que ela pode fazer por si só;
A criança reflete em todos os seus atos o ambiente em que vive;



Se a criança utiliza espontâneamente a mão esquerda para comer, jogar bola, segurar objetos, etc. ela é canhota;
Obrigar a criança a trabalhar e a comer com a mão direita é um erro grave;
Corrigir tal "defeito" pode trazer graves consequências como gagueira, timidez, repugnância geral pelo trabalho escolar, conflitos com os pais e mestres, insegurança geral, etc.



Bolinho de lama? Quem nunca fez?

Aaahaaa! Massagem....como é bom...

...Olha a minha mão?????

VISÃO


Os jogos e exercícios sem auxílio da vista, isto é, com os olhos vendados são meios eficazes para identificar e distinguir superfícies ásperas e lisas, tecidos finos e grossos, lã e sêda, forma e tamanho.
Para desenvolver o sentido da vista é preciso acostumar a criança a observar e distinguir a variedade de cores;
A pintura, o desenho e a construção com blocos são de grande valor educativo;


Os lápis e giz de cores são instrumentos de fácil manejo e de que a criança muito gosta; A criança tem no desenho uma de suas atividades preferidas; Através do desenho, a criança desenvolve sua capacidade de observação, a coordenação motora, o gosto artístico, adquirindo conhecimentos úteis e bons hábitos de camaradagem, disciplina e amor ao trabalho;
O desenho de imaginação é o mais indicado, sendo preferível o espontâneo;
Portanto deverá haver, na sala de aula, à disposição das crianças, que deles se utilizarão livremente, de acordo com a preferência ou o interesse do momento, papel liso, em folhas grandes e espessas, lápis e giz de cores, tintas, quadro negro, brochas e pincéis.




..Muitos, muitos desenhos coloridois...

Olha a concentração visual...

AUDIÇÃO


Para desenvolver a audição é preciso ensinar-lhe a ouvir;
Para aprender a ouvir é preciso distinguir e reconhecer os ruídos, os sons, as vozes e o silêncio;
A música ocupa papel de destaque entre as atividades aconselhadas para educação do ouvido;
Acompanhar com palmas, os diversos ritmos de uma música conhecida, é um excelente exercício;


pshiiiuuuu!! Hora de "ouvir" o silêncio...


"Dançando conforme a música..."

OLFATO



Para a educação do olfato é aconselhável exercitar a criança a reconhecer flôres pelo seu perfume; frutas pelo aroma, diferentes tipos de chás, e outros objetos com cheiros característicos como baunilha, pasta de dentes, etc


...maizena tem cheiro de que...?



PALADAR


Para educar o gôsto é aconselhável habituar a criança a diferenciar pequenas porções tais como: Sal e açúcar - Laranja e limão - Doce, salgado e amargo;

Hum...! Só não sabemos o que foi melhor, fazer ou chupar o gelinho...

Todos esses exercícios são meios práticos de educação dos sentidos .

sábado, 21 de março de 2009

O Olhar Desconcertante

Este texto é do autor Francisco Marques (Chico dos Bonecos) e está no livro "Muitos dedos: Enredos" da editora Peirópolis. Portanto, não se contente com este copo d’água. Procure a obra original, a fonte das águas. Tenha o prazer das descobertas. E o mais importante: descubra coisas que só você poderá descobrir.”


Então pão mão de mofão será cotão, para começo de conversa, e para a conversa começar, lançamos uma pergunta espezinhenta: “O que é educar?” O texto, a seguir, vai abordar alguns aspectos essenciais desta questão.

O OLHAR DESCONCERTANTE

Antigamente – e nem tão “antigamente” assim -, a pergunta que mobilizava o educador era... “Como ensinar?” Então, nós, educadores, do alto da nossa onipotência, ficávamos inventando formas de melhor ensinar.
Atualmente, a pergunta que mobiliza o educador é... “Como a criança aprende?” Então, nós, educadores, em primeiríssimo lugar, queremos compreender o olhar da criança sobre a vida: sobre o outro e os outros, sobre si mesma, a natureza, a sociedade...
Quando nos perguntamos “como a criança aprende?”, tropeçamos na linguagem da criança: o Brincar. Para nós, adultos, Brincar é sinônimo de “lazer”, “passatempo”, “coisa de fim de semana”, “falta do que fazer”. Para a criança, entretanto, Brincar é uma questão de... Sobrevivência. Isso mesmo: sobrevivência. Porque Brincar é o instrumento que a criança utiliza para interpretar a vida e interferir no mundo. Para a criança, Brincar é a sua maneira de Pensar. Para a criança, Brincadeira e Pensamento formam uma unidade indissolúvel, inquebrantável.
A partir da pergunta “como a criança aprende?”, a pergunta “como ensinar?” ganha um sentido profundo...
Quando a criança brinca, no fundo, no fundo, o que ela está realizando? A criança brinca com uma pedrinha, um graveto, com as próprias mãos, as palavras, as canções, a escada de maracá, o jabolô... Brincando, a criança está o tempo inteiro, e inteira no tempo, investigando, experimentando, explorando. Estes três temperos –
explorar, experimentar, investigar - formam a base da Construção do Conhecimento.
O Brincar, portanto, está no eixo da nossa proposta pedagógica, na raiz filosófica da nossa educação.
Partindo destas reflexões, podemos evitar as simplificações que apontam o Brincar na educação como sinônimo de “intervalo”, “ornamento”, “relaxamento”, “descontração”. Por causa deste reducionismo, nós, educadores, ficamos ansiosos atrás de novos brinquedos e novas brincadeiras – como se as técnicas e os materiais fossem os elementos mais importantes do Brincar.
Para a criança, qualquer situação, ambiente ou objeto, se transformam em objeto, ambiente e situação de brincadeira. Para a criança, Brincar é uma postura diante da vida, é um olhar para o cotidiano, um olhar desconcertante. Para nós, educadores, o importante é captar este olhar, esta postura. Incorporando este olhar desconcertante, a aventura de aprender novas brincadeiras e construir novos brinquedos ganha um sentido profundo.
Por falar em novidades... O repertório dos brinquedos milenares e planetários é uma fonte sempre contemporânea de aventuras mirabolantes e abracadabrantes. Quem já teceu um cordão no rabo-de-gato? Quem já ouviu a língua do ferrê? Quem já soprou a pena? Quem já lançou as argolas?
Aqui, então, surge a famosa pergunta: “Por que não encontramos estes brinquedos por aí”? E surgem as famosas respostas: “a gente esquece”, “falta de tempo”, “falta de espaço”, “o consumo”, “o atrativo da alta tecnologia”, “ a correria da vida”...
Estas respostas são meias verdades. Por falar nisso, vamos lembrar o poeta espanhol Antonio Machado:
“Disseste meia verdade? Dirão que mentes duas vezes quando disseres a outra metade.”
-Francisco Marques-

Nós estivemos lá!!

Palavramiga - Uma Didática Poética com Chico dos Bonecos.

Oficina de Arte-Educação

O Poeta e arte-educador Francisco Marques, o Chico dos Bonecos, trouxe suas mirabolâncias para compartilhar conosco um pouco mais da "Arte de Ensinar e Aprender", numa oficina que aconteceu na USF, no dia 18 de Março, promovido pela Entre Tempos - Feira Cultural.

Chico parece mesmo um homem encantado, com suas maletas de caixeiro viajante, de onde saíam os mais insólitos objetos, chapeuzinho de aniversário, chuveiro, funil, parafusos de tampa de privada, entre outros objetos abracadabrante que quando tirados de sua mala íam em segundos se transformando em "brinquedos falantes", possibiltando o desenrolar de muitas brincadeiras.



Num primeiro momento , através de sua habilidade oral mesclada com muito bom humor, Chico resgatou brinquedos e brincadeiras antigas, incluindo na categoria de brinquedos aqueles invisíveis, como histórias, jogos de palavras, poesias e canções, inspirados na riqueza da oralidade brasileira.
Depois tivemos a oportunidade de brincando confeccionar um incrivel brinquedo, um brinquedo de imaginar... A escada de Maracá,

mas só pode brincar quem tem imaginação...



A Prô Elaine e a Pajem Elisângela nos representaram neste encontro inter-relacional planetário!!

(Palavras de Chico do Bonecos)

quinta-feira, 19 de março de 2009

AS CEM LINGUAGENS DA CRIANÇA

...A criança é "feita" de múltiplos pensamentos e maneiras de brincar, falar e escutar, mas a escola e a cultura "lhe separam a cabeça do corpo" e roubam quase toda essa variedade. Esse é o tom de As Cem Linguagens da Criança (Artmed).

Vale muito a pena
ler!!!!!

19 de Março - Dia Da Escola.

Pesquisando em alguns sites para confirmar, verificamos que não existe uma data oficial onde se comemora o "Dia da Escola", algumas fontes indicam dia 19 de março, outras dia 15 de Março, Mas isso não vem ao caso, até mesmo, por que aquí não nos prendemos à Data Comemorativas, e para nós, o Dia da Escola é TODOS OS DIAS!!!!!

A principal intenção desta postagem é refletirmos (mais um pouco), nas palavras do nosso mestre...

A ESCOLA

"Escola é...

O lugar onde se faz amigos, não se trata só de prédios, salas, quadros, programas, horários, conceitos...

Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima.

O diretor é gente, o coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é gente, cada funcionário é gente.

E a escola será cada vez melhor na medida em que cada um se comporte como colega, amigo, irmão.

Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os lados’.

Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir que não tem amizade a ninguém.

Nada de ser como o tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só.

Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar, é também criar laços de amizade, é criar ambiente de camaradagem, é conviver, é se ‘amarrar nela’!

Ora , é lógico...numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar-se, ser feliz."


Paulo Freire




quarta-feira, 18 de março de 2009

Movimento - Dimensões Subjetiva e Objetiva


O Eixo Movimento
é trabalhado com atividades diferenciadas respeitando suas duas dimensões:
Expressividade e Mobilidade.

Para trabalhar a Expressividade da criança procuramos desenvolver atividades que engloba as expressões, sensações e sentimentos , através das manifestações corporais como: Brincadeiras cantadas que envolvam ritmo e movimento simultaneamente, brincadeiras de estátua, mímica, imitação, danças, massagens, relaxamento e... o Baú Encantado ( é isso mesmo! Aderimos a idéia do projeto da sala diferenciada! ) onde é oferecido às crianças diversas fantasias, roupas e acessórios, alí criam seus figurinos e diante do espelho se observam, compartilhando descobertas fundamentais de reconhecimento e identidade.
"preparação"
"Pausa para o clic!"

"Salto Ornamental"

Para desenvolver a dimensão da Mobilidade, desenvolvemos ações e brincadeiras que envolvam aspectos ligados a Coordenação do Movimento e Equilíbrio. Atividades que ajudam as crianças a ter uma percepção adequada de seus recursos corporais, possibilidades e limitações, sempre em transformação, dando condições para que aperfeiçoem suas condições motoras.

Vídeo:
Circuito com o Infantil III - Prô Elaine

sexta-feira, 13 de março de 2009

As crianças exploram, sentem, agem, refletem e elaboram sentido através de suas experiências...O prazer da atividade advem da ação exploratória" RCNei


"Aprendemos a ler o mundo, antes mesmo de decifrar as letras..." - Paulo Freire

Infantil IV - Explorando o amido antes da pintura de amido com guache.


Infantil II - Explorando texturas... farinha de trigo

... dificil resistir não por na boca, né Léo? Só não pode engolir...

Pintura com gelo colorido

Fazendo gelinhos

Gelinhos coloridos para pintar...

Infantil III - Exploração do Sagú


Infantil III - Exploração do amido, antes de iniciar a pintura de amido com guache.


Vídeo:

Infantil II - Exploração da farinha na confecção da massinha de modelar.


Trocando Sensações...

E agora? Qual é a sensação ao tocar nas mãos do amigo ?

quarta-feira, 11 de março de 2009

"Iniciação à arte para crianças pequenas"

"É o processo, não o produto."
As crianças de zero a quatro anos de idade exploram a arte como uma experiência de aprendizado ou uma vivência e estão mais interessados em fazer arte do que em produzir um belo "produto final"...assim, o trabalho do adulto é simplesmente deixar que esse processo aconteça!!! MaryAnn Kohl

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terça-feira, 10 de março de 2009

ADORAMOS FAZER ARTE!!!!!


Crianças pequenas são como exploradores em uma aventura no território novo e empolgante das experiências, descobrindo a tinta junto com suas possibilidades e seus resultados.

Um dos melhores aspectos do uso da tinta é o fato de que não é necessário muito esforço para cobrir uma área grande (as crianças gostam de “grande”).

As crianças pequenas gostam de utilizar a tinta mais do que de criar uma pintura acabada. A frase “é o processo, não o produto” nunca foi tão verdadeira ou tão óbvia quanto nos momentos em que utilizam esse material.

Elas gostam de sobrepor a tinta, misturar as cores até que não se possa reconhecê-las, descobrir como funciona um pincel e investigar os mistérios daquilo que uma tinta pode ou não pode fazer.

O trabalho do adulto é apenas “deixar acontecer”, dispondo uma quantidade ampla e variada de materiais para a criança e simplesmente admirando seu avanço no processo de descoberta artística.

Esteja pronto para ajudar a transportar pinturas molhadas para locais de secagem, para ter à mão esponjas e baldes de água ensaboada e para alcançar prontamente um rolo de papel.

Não há jeito certo ou errado de pintar – apenas o jeito da criança!


Infantil III - B
Explorando a magia das cores e diferentes temperaturas com
TINTA MORNA DE AMIDO
...a princípio, um mingau transparente...

VÍDEO:

Colorindo a tinta com a anilina

...transformação...

João Lucas

Thomas, Camilly e Fernanda

sentindo a diferença de temperatura... tinta morna no azulejo gelado...

...diversas sensações...

...com as mãos...

...com os dedos...

..até as unhas...

Jennifer - Infantil IV - A

... No Berçário...

Paulo infantil IV B - azul ou amarelo? Eis a questão!!

Receitinhas de Tintas para Pintura com Mãos e Dedos

Tinta de amido

Misture previamente 1/2 xícara (120 ml) de amido
e 1/2 xícara (120 ml) de tinta guache
líquida em uma xícara.
Com uma colher, ponha um pouco da mistura sobre
o papel para pintar com os dedos.
Tinta superfácil (feita pelas próprias crianças)
Coloque uma pequena porção de amido em
um pedaço de papel, jogue uma ou duas colheres
(15-30 ml) de têmpera líquida em cima. Estimule a
criança a misturar a tinta com as mãos, espalhando
e pintando com seus dedos.

Tinta morna de amido
Dissolva uma xícara (240 ml) de amido de milho em
1/2 xícara (120 ml) de água fria e reserve. Ferva três
xícaras (720 ml) de água em uma panela, em fogão
ou chapa quente (somente adulto). Retire a panela
do calor e acrescente a mistura de amido de milho à
água quente, mexendo sempre. Coloque a panela de
volta ao fogão e ferva a mistura por cerca de um
minuto, até que fique transparente e grossa.
Acrescente 1/2 colher de chá (2 ml) de corante de
comida (certifique-se de que o amido de milho
esteja dissolvido antes de acrescentar o corante, ou
ficará granuloso). Deixe que a tinta esfrie; estimule a
criança a pintar com a tinta morna (não quente).

Tinta cremosa de sabão em pó
Coloque duas xícaras (480 ml) de água morna em
uma tigela. Acrescente uma xícara (240 ml) de sabão
em pó e bata com uma batedeira elétrica até que
esteja grosso. Junte meia colher de chá (2 ml) de
corante de comida. Com uma colher, coloque tinta
sobre o papel para a pintura com os dedos
(certifique-se de utilizar sabão neutro, e não sabão
em pó comum. Você também pode ralar uma barra
de sabão para fazer seu próprio pó). Não coloque a
parte que não for utilizada na pia, pois poderá
entupir os canos.
Pintar com os dedos é “a” experiência de pintura
clássica para crianças. Escorregadia, fria e
pegajosa, a tinta nos dedos proporciona uma
atividade sensorial divertida (e importante) para
que as crianças façam suas descobertas com as
mãos, espalhando e fazendo escorrer no papel,
descobrindo desenhos criados pelas unhas, pelas
pontas dos dedos e pelas palmas das mãos.

Guache para pintar com os dedos, fácil de
limpar

Misture 1/4 de xícara (60 ml) de guache com 1/8 de
xícara (30 ml) de sabão líquido. Com uma colher,
coloque a mistura sobre um pedaço de papel para
pintar com os dedos.